Desmascarar a verdade por detrás de uma contratação suspeita...

Na sequência do aclamadíssimo Bocuse d'Or, lembrei-me de lamentar publicamente uma verdade que já há muito temia e que tem sido conversada ao longo de vários (demasiados) anos entre alguns fãs e habituais frequentadores da cantina do IST... Ora bem, a malta constituía um grupo simpático de gourmets mais ou menos esclarecidos para os quais o bife de Kobe, o Tuber melanosporum ou o Kopi Luwak deixaram de constituir segredo para o palato logo a partir de tenra idade...É verdade que se desenvolveram alguns dogmas e isso nem sempre é bom. O melhor exemplo cuja imagem tão bem ilustra tem a ver com aquela verdade absoluta de que o melhor choco frito do mundo se comia no "A Floresta" (ou Fôret na última edição do Guia Michelin)...Este foi durante vários anos o meu cavalo de batalha porque (finalmente...) hoje em dia, toda a gente sabe que em matéria de Choco, uma rua acima, na "Tasquinha dos Grelhados" canta-se diariamente um hino em honra deste saboroso cefalópode (parabéns ao chef Santos que sublimou, indo além da já velha e cada vez mais desinteressante discussão "com tinta/sem tinta")...
É fácil afastar-me da questão nuclear deste post quando toco num assunto tão sensível mas vou tentar concentar-me.
Corre o boato de que o chef de cuisine da cantina do IST é um ex-vencedor do Bocuse d'Or, já previamente galardoado com 2 estrelas Michelin...conta-se que os Serviços de Acção Social Escolar da UTL (SASUTL), na "amável" tentativa de agradar aos alunos o contrataram com o auxílio de um pequeno remanascente do orçamento da FCT de há dois anos atrás...
Tudo isto surpreende-me e magoa-me profundamente...como é que uma semana de rissóizinhos, bacalhau com natas e lasanha pode apagar anos e anos de culinária de alto gabarito...Na cantina do IST, (toda a gente sabe) observou-se sempre a ruptura com as velhas instituições...sempre se lutou contra a corrente "nouvelle cuisine" em prol da culinária experimental...
É indescritível o prazer de encontrar uma lagarta gorduchinha na borda do prato ou uma guarnição enriquecida com o propileno verde do esfregão Vileda (TM)...para mim sempre representou um sinal de que havia alguém permanentemente empenhado em evitar que o meu prato fosse igual aos outros 3.000.000.000 que lá se servem diariamente...Com isto os SASUTL prestaram um mau serviço...Com esta contratação puseram fim a anos de pesquisa apenas para lamentavelmente tentar convergir a cantina do IST no sentido das novas tendências cada vez mais fastidiosas da culinária mundial...
Concerteza depois desta cantina outras virão...Lanço o repto aos colegas de todo o país para que estejam atentos a mais uma tentativa de manipulação por parte das autoridades (in)competentes...