Monday, December 03, 2007

Ocean Warriors

The navigator sticks his head up and says "Iceberg on the bow, one mile.". You are sailing under spinnaker at more than 20 knots, so you only have about three minutes to get the yacht around it. It's snowing and there's only 400 yards of visibility, so we're navigating by radar. I need to know if I should go to the left or to the right to miss it. The navigator comes back up and says, "It's on the starboard bow", then disappears. He reappears to say, "Second iceberg on the port bow, half a mile".
I'm saying, "You are kidding me. Is this the same iceberg? Are they joined? Could this be the one iceberg with two peaks? What's the gap between them?". It's then too late to go either side. We've got a 'berg to the left and a 'berg to the right and we're going through the middle.
One of the younger crew turns around and says, "What if they are connected?".
I look at him and say, "Then we're going to die.".

Gordon Maguire - Watch Leader, Team News Corp


Não deve haver ninguém que não goste de desporto, seja ele qual for. O que nos atrai no desporto é acima de tudo o esforço em superar-se constantemente, tentar quebrar os limites, e fazê-lo ao mesmo tempo que se tenta ser melhor do que outros que tentam o mesmo esforço ao mesmo tempo. Infelizmente, poucos desportos preenchem estes dois conceitos, pois ou são de certa forma enevoados pelas compensações monetárias chorudas aos participantes, ou não existem grandes limites para ultrapassar.

No entanto, existe um desporto e uma competição em particular que representa o paradigma destes conceitos, competição e ultrapassar limites. Na Volvo Ocean Race 11 pessoas fecham-se dentro de um veleiro de 60 pés de comprimento e circunavegam mais de 32000 milhas náuticas à volta do mundo durante cerca de 9 meses. No interior existe pouco mais espaço do que o necessário para acomodar metade da equipa deitada. A comida é racionada ao limite, e os velejadores perdem vários quilos durante o processo. Os bens pessoais que cada um leva a bordo são extremamente limitados, e até os cabos das escovas de dentes são cortados de forma a minimizar o peso. À espera deles estão as condições meteorológicas mais adversas que podem ser encontradas num dos ambientes mais hostis para a nossa espécie. É proibido equipar os barcos com pilotos automáticos, pelo que tem que estar sempre alguém ao leme... conclusão, são 24 horas por dia, 7 dias por semana a velejar nas condições mais extremas que se podem imaginar. No final, a equipa vencedora ganha isto...

É verdade. Uma taça! Não há um único tostão para qualquer membro da tripulação, nem para qualquer patrocinador. O sustento durante a regata é garantida pelos patrocinadores, que por sua vez apenas ganham a publicidade resultante de se associarem a esta regata. Actualmente, a VOR é um evento bastante mediático (embora em Portugal passe perfeitamente despercebido) mas nem sempre foi assim, e a ideia nasceu de uma aposta feita a beber uma cerveja num pub inglês no início dos anos 70. Em 2008/2009 terá lugar a 10ª regata VOR e novamente, os vários participantes enfrentam a fúria dos elementos, onde a morte é um final não tão pouco provável quanto isso (já vários velejadores morreram durante a VOR).

No entanto, há também a adrenalina de velejar a perto de 40 nós, em ventos que podem chegar aos 60 nós em ondas de 30 metros de altura. Lembram-se daqueles malucos que surfam nas ondas gigantes do Hawaii? Agora imaginem fazer isso a milhares de milhas de terra, com ventos ciclónicos, num dos veleiros tecnologicamente mais avançados do mundo. A expressão "desporto radical" ganha um novo significado!

Que não fiquem dúvidas, a Volvo Ocean Race é o evento desportivo mais duro e mais perigoso do mundo. Quem participa nele não regressa o mesmo e fá-lo apenas pelo prazer de dizer que o fizeram, que chegaram ao fim, e quem sabe, que o fizeram mais rápido que todos os outros. Que os caros leitores não encarem isto de ânimo leve, e para terem uma ideia fica aqui uma amostra do que se passa lá no meio do mar.


2 Comments:

Blogger Diana Barbosa said...

Tenho uma fascinação, senão mesmo paixão, pelo mar. Infelizmente, ambas sao comparáveis ao meu pavor de ondas!
Talvez trauma de infância...

12:08 PM  
Blogger Moura said...

Bom, de ondas como algumas q se vêem ali qualquer pessoa tem medo,mesmo os velejadores da corrida. Mas isso é coisa q passa! O maior perigo é mmo o enjoo!! ;)

10:45 PM  

Post a Comment

<< Home